domingo, 19 de outubro de 2008

A IMPORTÂNCIA DO ENSINO ECOLÓGICO


O ensino ecológico, ou educação ambiental, é uma necessidade primária, mas infelizmente, essa conscientização ainda está engatinhando. Já nos primeiros anos de vida é essencial que as crianças tenham a orientação ecológica, pois, no início, todo ensino é mero condicionamento - repetição do que foi ensinado seja certo ou errado, fato este que prioriza a reavaliação dessa disciplina. Condicionamento é um dos exercícios feitos com animais em laboratório para aprendizado de determinadas práticas, e podemos ver que é muito eficaz também para seres humanos.
A Educação Ambiental tem que ser um condicionamento, como foi para o uso do cinto de segurança nos automóveis, e como é hoje para seguir as normas na nova Lei Seca. Na minha infância, não tenho lembrança de meus pais usando cinto e nem de crianças no banco de trás, hoje em dia foi instituída uma multa para cada uma dessas transgressões, visto o grande úmero de acidentes decorrentes de carros com número de pessoas superior à sua capacidade. Assim é a Lei Seca, mesmo que esbravejemos, ela é uma conseqüência de transgressões e todos têm que cumprir.
Outro dia fiquei abismada vendo 5 minutos de uma matéria no Jornal Nacional sobre as punições do Conselho Tutelar, e novamente nos deparamos com transgressões que levaram a atitudes radicais. Tal atitude de condicionamento e multa deveria atingir a Educação Ambiental Formal, ainda que esta seja regulamentada desde 1988 pela Constituição Federal .
Entenda-se que quando o autor menciona a conscientização pública para a preservação ambiental, o mesmo esteja se referindo ao ensino informal junto às comunidades, promovido por ONGs, grupos organizados e pelos próprios órgãos públicos em atividades diversas. Levando essas informações adiante, a prática tem sido um tanto diferente, ainda que hoje muito se fale sobre Educação Ambiental Formal e Informal, digamos que hoje se tornou moda, e não estamos abordando aqui o modismo, mas sim a necessidade co-relacionada a uma série de problemáticas que nada mais são do que desperdício do erário público, como por exemplo, a promoção de plantio para reflorestamento, visto que plantio em época errada acarreta a morte das mudas, desestimula as crianças que participaram da Ação e a comunidade que viu a Ação.
Em se tratando da Educação Ambiental na Graduação, nos deparamos com mais um problema. Ainda que a nomenclatura diferencie-se em alguns Cursos, ou tenha sido modificada por determinações educacionais, o Ensino Ambiental deveria ser conteúdo obrigatório como expressa a Carta Magna em todo e qualquer curso superior, visto que o Meio Ambiente é um todo e não uma parte separada do resto. É uma parte essencial, pois sem os devidos cuidados teríamos grandes problemas em áreas como Engenharia, Arquitetura ou similares. Mas infelizmente não é o que acontece na prática, somente alguns cursos ligados à área ambiental têm a disciplina, como Biologia ou Meio Ambiente. O Curso de Direito é um dos poucos que possui uma disciplina de Direito Ambiental. Engenharia Ambiental e Gestão Ambiental também possuem essa disciplina.
A instrução por meio dessas disciplinas é de suma importância a partir do ponto que observamos ser uma necessidade atual e global. A sugestão deveria ser o condicionamento também dessa pasta tão importante a todas as profissões para que fossem relacionadas às praticas ou causassem algum efeito impactante ao meio. Existe uma corrida pela inserção imediata nos currículos por parte das Universidades, mas isso é um erro, pois não existe preparo nem por parte das Universidades com equipamento e ambiente próprio, nem dos profissionais, a não ser os antigos professores de Biologia.
Para falar de meio ambiente é preciso vivenciar meio ambiente. Deparo-me na minha profissão com inúmeras figuras interessantes, o Ambientalista Título (o cara que se diz ambientalista e não entende muito bem o que é ser ambientalista, mas que está fazendo Gestão Ambiental ou algo parecido pra ter um ‘título ambiental’) e é nesse nicho que as Universidades se baseiam para criar seus cursos, mas e o mercado, o que diz disso? O mercado não está aberto para profissionais despreparados.
Em tempo, faz-se importante esclarecer que ser Ambientalista é conhecer Direito Ambiental, é ter Educação Ambiental, e ter prática de vida, e isso tudo pode ser de maneira informal. Podemos treinar um bananeiro, para ser o melhor ambientalista do nosso grupo, se dermos pra ele ferramentas pra que ele o seja. A Educação é isso, teremos os melhores profissionais na área Ambiental, sejam advogados, gestores, engenheiros ou arquitetos. Todos podem ser profissionais conscientes se disponibilizarmos o conhecimento.
A Educação Ecológica Superior precisa ser revista e estrategicamente implantada. Esse é o passo inicial para poderemos versar sobre mares mais profundos. Cabe a nós instigar o pensamento da população e dos poderosos de plantão, assim quem sabe algum dia ou qualquer hora tenhamos algumas novidades maravilhosas pra contar aqui.